segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Bibliotecas tornam-se depósitos

Tribuna do Brasil - DF, Cleber Augusto, em 21/01/2010

Prazer, diversão, senso crítico, conhecimento, são palavras intimamente ligadas ao hábito da leitura. No Distrito Federal, as pessoas estão perdendo o costume de ler e a presença de leitores em bibliotecas públicas é cada vez menor. O desinteresse pode ser explicado pelo desprezo com que as autoridades públicas tratam as bibliotecas, muitas delas verdadeiros depósitos de livros embolorados, e com o surgimento da internet o interesse por livros entre a população é cada vez menor. O resultado é a mudança de público nas bibliotecas, que recebem cada vez menos leitores interessados no acervo disponível e atraem cada vez mais estudantes de vestibular, universitários e concurseiros, à procura de um espaço adequado para estudar. É o caso de Nádia Moreira, 25 anos, e da advogada Mábia Siqueira, 24 anos, que estudam diariamente na Biblioteca Pública Machado de Assis, de Taguatinga. “Nós trazemos o material de casa e geralmente comparecemos à biblioteca apenas para estudar”, disse Nádia Moreira.

Os amigos Vanderson Souza, 23 anos, Jéssica Albuquerque, 17 anos, e José Ivan, 24 anos, também comparecem à biblioteca para estudar, ler e fazer pesquisas, mas sabem que o acervo está defasado e não oferece novidades em determinadas áreas do conhecimento.

“O acervo demora muito para ser renovado, e existem muitas edições velhas aqui, dos anos de 1997, 1998″, disse Vanderson Souza. Para Jéssica, a falta de publicações atualizadas contribui para que haja desinteresse pelo acervo oferecido. “O pessoal já traz o material de casa sabendo que aqui não encontrará livros atualizados. O que vejo relacionado a novidades geralmente está associado apenas à literatura popular, e não à pesquisa e conhecimento científico”, observou a estudante.

Para incentivar a leitura e modernizar a rede de bibliotecas públicas em todo país o governo federal criou o Projeto Nacional do Livro e Leitura (PNLL). “O objetivo é facilitar a troca de informações entre ações similares e ampliar a repercussão dos trabalhos em desenvolvimento”, segundo o responsável pelo Projeto no DF, Gustavo Simões. Ele disse que o PNLL está presente em grande parte dos eventos na área de Livro e Leitura, informando, orientando e divulgando ações e projetos na área de Leitura sobre quatro eixos de ação: democratização do acesso; fomento à Leitura e à formação de mediadores; valorização do Livro e comunicação; e desenvolvimento da economia do Livro.

“Através do PNLL toda ação dentro desses quatro eixos pode ser cadastrada, para que haja divulgação das mesmas em prol do Livro e da Leitura. Além disso, existe um mapeamento que possibilitará potencializar os recursos públicos e privados e priorizar suas próprias ações do Estado ou da sociedade”, informou Simões.


Fonte: Ministério da Cultura

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