A Secretaria de Educação e Cultura saúda a Lia de Itamaracá pelo seu aniversário desejando que esta festa se reproduza por muitos anos...
Em homenagem a esta data a Prefeitura Municipal da Ilha de Itamaracá encaminhará um Projeto de Lei que que institui o Dia Municipal da Ciranda, em consonância com o tema: "Cultura, Ciranda, Capitania: Nossa História Nasceu Aqui", que será trabalhado ao longo de 2012. "É necessário destacar a ciranda não só como manifestação cultural de um povo, mas o seu papel estratégico como um dos principais elementos para o desenvolvimento socioeconômico sustentável, bem como o papel de promover a inclusão social igualitária, sem discriminações ou preconceitos", afirma Edvaldo Júnior, Secretário Executivo de Cultura.
Biografia de Lia de Itamaracá
Maria Madalena Correia do Nascimento - a Lia de Itamaracá. Mulher simples, nasceu a 12 de janeiro de 1944 e nunca deixou a ilha, onde começou participar das rodas e cantar cirando quando tinha 12 anos de idade. Conhecida como a mais famosa cirandeira do Nordeste brasileiro, ela trabalhava como merendeira numa escola estadual de Jaguaribe e, por entendimento do Governo do Estado, passou a ser embaixadora da cultura de Pernambuco. Além de ciranda, Lia canta e compõe cocos de roda e maracatus.
Lia de Itamaracá gravou o seu primeiro disco em 1977, depois de 21 anos dedicados a compor e animar cirandas. O segundo disco saiu no ano 2000, lançado pela Ciranda Records e re-editado pela Rob Digital. Em 1998, Lia participou do Festival Abril Pro Rock, realizado entre Olinda e Recife, ocasião em que se tornou conhecida nacionalmente. Antes, Lia era famosa apenas na sua terra e entre compositores ou estudiosos da arte popular nordestina.
A compositora Teca Calazans foi uma das primeiras dessas pessoas dedicadas ao estudo da cultura popular do Nordeste a descobrir Lia. Em 1971, Teca estava em Itamaracá, onde costumava veranear, e conheceu Lia numa roda de ciranda. As duas acabariam fazendo alguns trabalhos juntas (resgate de canções de domínio público e composições delas). Mas a fama de Lia só ultrapassou os limites da Ilha de Itamaracá depois que outro respeitado cirandeiro (Antônio Baracho) lhe dedicou a seguinte ciranda:
Eu tava
Na beira da praia
Ouvindo as pancadas
Das águas do mar
Esta ciranda
Quem me deu foi Lia
Que mora na Ilha
De Itamaracá
Em 2001, Lia de Itamaracá levou a sua ciranda a Paris, onde lançou o CD “Eu Sou Lia” e onde fez várias apresentações. Em 2003, a cineasta carioca Karen Akerman começou registrar a vida da cirandeira, para um documentário que pretende realizar, sob o mesmo título de CD de Lia. Em reconhecimento de seu trabalho a FUNDARPE promoveu o seu Registro como Patrimônio Vivo. E o Governo Federal, através do Ministério da Cultura, a premiou com a medalha do Mérito Cultural.
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